sábado, 4 de junho de 2011

Um navio italiano cheio de argentinos e brasileiros...

A primeira vez que viajei de navio, adorei! Foi na Grécia, lá pelo meio de 89, um tour pelas ilhas gregas. Mikonos, Santorine, Rhodes, Creta, Linda... Lembro que fiquei apaixonada por Mikonos, e querendo voltar por lá um dia, pra curtir aquela ilha com suas casinhas brancas por mais tempo... Depois conto...

Pois é, fiquei com essa boa lembrança de cruzeiro e sempre quis embarcar noutro... Assim, resolvemos um belo dia do ano 2008, passar o reveillon a bordo do Costa Romântica, um navio de bandeira italiana. O preço tava ótimo, e o percurso era curto, bem do jeito que queríamos. 


Pesquisei as qualidades do navio e gostei. Parecia que os navios da "rede" Costa eram bem conceituados. Um dos meus irmãos já havia viajado no Costa Serena para a Turquia e Grécia saindo de Veneza...

O Costa Romântica
O cruzeiro partia de Buenos Aires e terminava no Rio. Calhou bem, porque eu tava querendo ir com San passar uns dias em Buenos Aires, e por outro lado, adoro o Rio. Estar lá nunca é demais! 


Com essa combinação "Buenos Aires e Rio", o navio só podia tá cheio de argentinos e brasileiros...

Bom, mas na hora de finalizar a compra do cruzeiro Santiago foi comigo e não gostou da cabine. Achou pequena e muito lá embaixo. Deu uma de rico e escolheu uma das melhores suites! Eu adorei, claro! Acho que essa foi a melhor coisa que fizemos, e foi a melhor parte da viagem... Vamos aos fatos!

Depois de três ou quatro dias em Buenos Aires, onde nos divertimos muito, em que pese a antipatia e arrogância de alguns porteños, fomos para o porto pegar nosso navio!. A cidade é encantadora, com seus prédios quase "europeus", bons restaurantes e com possibilidades de compras boas e baratas... De fato, curtimos bastante!

No Porto, eu e San e outro casal amigo, cumprimos os rituais necessários e entramos no nosso Costa Romântica! A recepção do navio era bem legal e já comecei a gostar. 


Fiquei ainda mais entusiasmada quando chequei na nossa cabine-suíte e me deparei com uma janela de vidro enorme de cima até embaixo e de lateral à lateral, onde podíamos ver a paisagem integral, desde a cama. E que cama! Cabine enorme, bonita, podíamos dizer que era "quase" suntuosa! Pra quem ia pra uma cabine comum... 


Lá, já nos esperava uma garrafa de champanhe e frutas. O nosso "mordomo" e camareira foram-nos apresentados e estávamos cada vez mais deslumbrados e certos da escolha "de rico" que fizemos. 

San na nossa cabine. Champanhe e frutas! Salud!

Eu na nossa cabine: Janelas de vidro, a visão total do mar!
Com a escolha da suite, tínhamos direito ao almoço e jantar "a la carte" num restaurante separado do self-service dos "comuns mortais". Que maravilha! Mas, eis que surge a primeira decepção: os pratos apesar de bem elaborados, bem decorados, não tinham sabor. Sabor a nada! Bem, não vamos exagerar. Dava pra comer o peixe e as sobremesas... 

Um Jantar... (ou almoço), com nossos amigos!
E quer saber? Às vezes encontrávamos alguma comida melhor lá no self-service do "povão".  Ou então numa espécie de "churrascaria" que tinha em uma das terraças do navio. Mas, o melhor mesmo eram as pizzas! 


Todas as noites, depois do jantar, existiam umas pizzarias que ficavam abertas até não sei que horas da madrugada! Essas valiam a pena! Devia ter visto isso logo, afinal era um navio italiano, né?

Gleide e San devorando pizza!
Mas, também pensando bem, nunca vi comida realmente boa onde se cozinha pra muita gente. Esses hotéis grandes, navios, enfim, não podem mesmo ter uma comidinha especial...

Além dos tantos restaurantes que nem lembro quantos, tinham uns bares. E um cassino! Não gosto de jogos, apenas passei por lá, e ponto. 


Tinha um grande teatro, e todo dia tinha um show, assim meio sem graça. mas, se não se tinha nada melhor pra fazer, dava pra assistir. As pessoas deviam gostar porque lotava! Em paralelo aos shows maiores tinham uns menores, com cantores, bailes, bingos, etc e tal. Não me entusiasmei muito por nenhum deles não!

Então, nossa rotina no cruzeiro se resumia a fazer as coisas que mais gostávamos dentro de um leque pequeno de opções. 

Primeiro: Curtir a cabine o máximo possível. E isso incluía tomar o café da manhã lá, vendo o mar ou as cidades que passavam ao longe ou perto. 


Eu na cabine: meu lugar preferido!
Dos passeios que o navio oferecia só fomos a um: Punta del Leste. Valeu a pena!


Valeu, porque me trouxe recuerdos de uma viagem que fiz na minha adolescência com meus pais e um dos meus manos. Valeu, porque de fato, Punta tem seu lado bonito, "se mostra" com suas riquezas de casas fantásticas, que de certa forma gostamos de curtir, de admirar! Valeu ainda porque nosso lado consumista aflorou um pouco, e compramos uns óculos de sol, camisetas e bermudas, da Nike e da Tommy, legais, diferentes e a preços muito bons! 

Eu de compras em Punta!
San em Punta!
A casa-museu do artista plástico Carlos Paés Vilaró
Nos outros dias iámos pra academia do navio. Toda de vidro, com vista total do mar! Fazer esteira de frente para o mar era ótimo! Melhor ainda era fazer aula de spinning, lá de cima, vendo o marzão azul a nossa frente! 

San no spinning do navio.
Depois desse ritual energizante, tomávamos nosso café, e íamos pra piscina (a qual pouco aproveitamos pois sempre estava nublado, com raras exceções...). Mas, lá dava pra bater um bom papo com nossos amigos ou outros conhecidos recentes...

Uma das piscinas...
Depois de certa hora, um bom vinho, whisky ou caipirinhas faziam parte das conversas. Admirar a paisagem também! Relaxar, e não fazer nada era o principal! 

Eu e Gleide, no bar da piscina! Performance!!!
Em seguida o almoço, sem gosto, apesar do lugar ser "chique", etc e tal, como já disse... Mas, com um bom vinho acompanhando a conversa, até esquecíamos do gosto sem gosto da comida...
Um dia de jantar...
O som das conversas, girava em torno de praticamente duas linguas: espanhol e português. Aliás, três, o portunhol, pois ainda tem muita gente que acha fácil falar espanhol e tenta falar essa outra língua aí... mas, é isso mesmo, já dizia não sei quem que "quem não fala, Deus não ouve", imagine os pobres dos mortais... Falar pra ser ouvido, pra se bater um papo... nem que seja por mímica! 

Um descanso na cabine (sempre era bom voltar pra lá), e à noite a saída para o jantar, ou às vezes simplesmente uma pizza, que apesar de menos chique era saborosa! Ver um pedaço de um show ou outro... Conversar... Comprar no free-shop do navio... Passar pelo cassino... Sentar num bar... A Boate era mais pra adolescentes, quase crianças... (eita tou ficando véia, é?)...
Eu e San no navio, curtindo a paisagem...
Um dia teve o tal jantar do comandante, na verdade era um coquetel. Tivemos que nos arrumar melhor, mas foi uma boa "BL", ou seja boca livre total de champanhe, whiskies e salgadinhos, até bons!

Jantar do Reveillon
No dia do Reveillon choveu. Tinha banda em três lugares. Preferimos ficar na parte de cima do navio, onde havia mais gente e a banda era maior e mais animada. Mesmo na chuva, dançamos e nos divertimos. Também com tanta champanhe... 

Festa de Reveillon debaixo de chuva!
Brindando ao novo ano: 2009!
O navio ancorou também em Praia Grande e outra cidade/praia que nem lembro. Mas só descemos mesmo em Punta. 

Chegamos ao Rio ao amanhecer. Da cama pude ver a ponte Rio-Niterói, o morro do Pão de Açúcar  e o corcovado "que lindo"...

Chegando ao Rio...
Foi bom, mas teve seus lados onde a realidade superou a fantasia, e um pedaço do sonho de viajar pelos mares se quebrou... e fiquei sem "tesão" de novos cruzeiros... Por uns tempos vai me bastar....
Eu e San já no desembarque do navio. Tchau!
E Já no Rio, no Porcão do Flamengo... Saudade de uma boa carne!
Enfim, com esse Barco grande italiano cheio de argentinos e brasileiros, foi-se embora minha vontade de andar pelo mar em barcos grandes, em navios. Agora tou mais a fim de velejar... Quem sabe pelos mares do Caribe?








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