terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

PIZZA COM MACARRÃO EM NYC

Em Annapolis, novembro de 2005, estávamos eu, San e Marcel, e resolvemos ir à NYC.


Na verdade não foi bem assim. Antes fomos passar o Thanksgiving numa fazenda na Pensilvânia e de lá fomos dá um “rolé” pela Filadélfia, onde aconteceram umas coisas engraçadas numa boate (nada demais, mas não dá pra contar num blog não), e depois rumamos a NYC.

Marcel tinha visto no New York Times uma reportagem sobre um hotel, meio decadente mas muito limpo, que estava quase no coração da Times Square. Justo em frente ao jornal, na 43St. O título da reportagem era What Do You Expect for $99.23 a Night?



Tinha sido adquirido por uns vietnamitas e a proposta era oferecer um hotel perto de tudo a preços baixos. Pra isso, eles não se importavam com a aparência do hotel, nem com manutenção estética. O hotel era o CARTER. Um edifício enorme, com não sei quantos mil (?) apartamentos.  

Fomos tentar essa aventura! Ao entrarmos pensávamos estar numa rodoviária “entapetada”. Um salão enorme, mas muito enorme mesmo, com pedaços de tapetes de vários tipos e cores acarpetando-o. Um único guichê, onde se entrava numa pequena fila, pagava (tinha que haver feito reserva antes), pegava sua chave, e você mesmo levava suas malas. Nunca mais voltaria ao guichê porque pagava-se tudo no primeiro dia.

O quarto, para minha surpresa, com lençóis e toalhas brancas e limpas. Um pequeno banheiro, com pias e torneiras dos anos 50 ou 40, estranho... O chão tampouco era novo, era um negócio meio velho mesmo, mas “decente”. Tinha calefação, e na época era inverno.

Mas, o NY Times tinha alertado que a calefação era coisa de sorte, às vezes não funcionava e outras vezes funcionava até demais! Nosso caso foi esse último. Tivemos que abrir as janelas senão morreríamos de calor em pleno inverno nova-iorquino!

O Hotel Carter (fonte: do site do hotel)
                                   
Como não tinha frigobar (mas na maioria de hotéis da Europa e EUA não tem mesmo, só nos mais chiques), tínhamos que comprar água e refrigerantes para levar quando fôssemos dormir. Embaixo, ao lado do hotel, tinha uma delicatessen, das piores, quase uma “venda” como chamávamos uma mercearia muito pequena nos tempos de nossa infância.

Chegamos um dia no hotel, todos já meio “mais pra lá do que pra cá” e em vez de água, compramos cervejas! Imaginem! Um monte de cervejas. E, pra gelar resolveram, my son and my husband, colocar as cervejas na janela aberta do hotel. Em tempo de cair na cabeça do povo que passava lá embaixo, e nós estávamos bem no 12º andar, se não era mais alto... Só que depois de tanta cerveja, bateu a sede, e a única água era a da pia do banheiro, eca!!! Mas, gente “bêba” num pensa em nada não... Só se diverte...

Ah, e o hóspedes que você encontra nesse hotel são dos mais variados tipos, idades e dos mais variados países. De estudantes a gente mais velha, de pessoas com cara de “amarrados” a outros com cara de “tenho grana normal”, de pessoas meio hippies a pessoas vestindo Armani, se via pelo hall...

Deixando o hotel CARTER de lado, fomos um dia ao Village (acho que no East Village), procurar um bom piano bar ou um bom jazz pra escutar.

E procura vai e procura vem, tudo era muito caro! Lá pras tantas, Santiago e Marcel resolvem querer fazer “pis” como dizem os espanhóis. Vi um piano-bar bem simpático, descendo uma escadaria de um prédio antigo. Descemos. Ao adentrarmos no recinto, quem vemos? Gays! Bar de gays! Por mim, ok. Mas os dois meninos, disseram “vamosimbora”, embora San ficou mais “apertado” e resolveu enfrentar o banheiro gay. Eu e Marcel parados no meio da escada, em posição de “tamos saindo” e esperando San. 


De repente, ouvimos uma melodia... Alguns rapazes ao piano e um coro de vozes, especialmente masculinas, mas com algumas pérolas de vozes femininas, entoavam “Day by Day”. Viramos o sentido, e, em vez de “estamos saindo” nossa posição foi de “estamos entrando”, ou estamos dentro!


           Day by Day (http://www.youtube.com/watch?v=OqEHaQ1RbME)

Foi o máximo! Creio que eram cantores da Broadway e se reuniam ali naquele piano-bar. Ficamos a noite inteira, nós três únicos (talvez) “heteros”, arrodeados de “homos”, mas nem aí! A música era maravilhosa, a bebida ótima, os rapazes (ou as moças) fantásticos, nos acolheram super! 


Muito tempo depois entrou outro trio com umas compras nas mãos, e pensamos, devem ser “que nem” nós, entraram atraídos pela música e ficaram... Teve uma hora que entrou um casal, mas velho. E, falei: “Olha um casal mesmo, homem e mulher”. Ahaaannn... A mulher era homem, foi só chegar mais perto! Coisas de NYC. Um barato. Pena que não anotei o nome do bar, senão viraria “freguesa”!

Ao sairmos do piano-bar, felizes e embriagados, notamos que tínhamos fome. Já muito tarde, a maioria dos lugares fechados. Mas, eis que nos deparamos com uma pizzaria! Que beleza! E antes de entrar na pizzaria, pudemos ver a vitrine desse restaurante que estava nos salvando da fome...

Qual não foi nossa surpresa que entre diversos pedaços de pizzas dos mais variados sabores e ingredientes, nos enamoramos perdidamente por uma de... txan txan txan txan: Pizza com macarrão! Acreditem ou não, um pedaço de pizza com penne em cima! Que tal? Nós comemos, numa gula só, e adoramos! Não sei se comeria outra vez, mas naquela noite mágica com Day by Day aos nossos ouvidos e uns whiskys a mais da conta, matamos nossa fome, adoramos o mix de pizza com macarrones (“che buona pasta”), e voltamos felizes pro nosso hotel Carter!

Imaginem os dois juntos, esse penne com a pizza abaixo!

E essa pizza com penne em cima? (Fonte http://todoprosa.blogspot.com/2008_10_01_archive.html)


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